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Entre memes e piadas na internet, o termo CAPS virou assunto popular. Mas muita gente ainda não sabe o que ele realmente significa.
No Dia do Psiquiatra, comemorado nesta quarta-feira (13), a Prefeitura de Olinda explica o papel dos Centros de Atenção Psicossocial, os serviços disponíveis na cidade e como a população pode buscar atendimento gratuito e humanizado.
O que é o CAPS e para que serve
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) fazem parte da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que inclui leitos integrais em hospitais gerais, residências terapêuticas, unidades de acolhimento, serviços de urgência e emergência, atenção básica, entre outros dispositivos.
Segundo Eliane Barbosa, coordenadora de Saúde Mental de Olinda, os CAPS foram estabelecidos pela portaria 336/2002 do Ministério da Saúde para substituir o antigo modelo hospitalar fechado.
“Os CAPS são equipamentos voltados ao cuidado em liberdade, com foco na atenção territorializada, respeitando as histórias de vida dos indivíduos”, explica.
Ela destaca que o conceito de território vai além da geografia, incluindo o ambiente de vida e todas as relações da pessoa, como: templos religiosos, escolas, praças, parques e a comunidade, incorporando a história e os saberes locais ao processo terapêutico.
Os CAPS em Olinda
Eliane explica que os CAPS são classificados por modalidades, como CAPS I, II e III, que variam conforme o tamanho da população atendida; CAPS infantil; e CAPS AD, dedicado a pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas.
O CAPS I atende municípios com até 80 mil habitantes, o CAPS II atende municípios com até 200 mil habitantes e o CAPS III atende municípios com mais de 200 mil habitantes.
No município de Olinda, há um CAPS AD III, que funciona 24 horas na Rua 38, s/n, Quarta Etapa, Rio Doce. É o CAPS Nise da Silveira.
Há também um CAPS AD, chamado CAPS Antônio Carlos Escobar, localizado na Rua Pereira Simões, 155, Bairro Novo. E um CAPS infantil, denominado CAPS Valério Marciel Leitão (Valerinho), situado na Rua Pereira Simões, 72.
Quem pode procurar atendimento
O acesso aos serviços do CAPS é direto, sem necessidade de encaminhamento prévio; a demanda é espontânea. Podem procurar atendimento todas as pessoas que residem em Olinda e enfrentam sofrimento ou crise de saúde mental.
“A prioridade são os casos que se encontram em crise, que podem se manifestar de várias formas, como dificuldades de comunicação, isolamento social, abandono de estudos ou do trabalho”, destaca a coordenadora.
O conceito de crise, segundo Eliane, é amplo e varia conforme a idade e situação do indivíduo, frequentemente caracterizado por um momento de ruptura na vida da pessoa.
Serviços oferecidos
Cada pessoa atendida recebe um projeto terapêutico singular, elaborado individualmente.
“Mesmo que duas ou mais pessoas tenham o mesmo diagnóstico, seus projetos terapêuticos serão distintos, reconhecendo a individualidade de cada paciente”, ressalta Eliane.
Além do acompanhamento médico, os CAPS oferecem psicoterapia, grupos de apoio, oficinas terapêuticas e acompanhamento familiar.
A Rede de Atenção Psicossocial de Olinda conta ainda com 16 leitos integrais no Hospital Tricentenário para pacientes com comorbidades clínicas, seis residências terapêuticas para acolhimento de pessoas que perderam vínculos familiares e uma unidade de acolhimento transitório em implantação para pacientes do CAPS AD que necessitam de afastamento temporário do ambiente de moradia.
Combatendo o estigma
A coordenadora lembra que os CAPS são fundamentais para um cuidado humanizado e integrado da saúde mental e que buscar ajuda é um ato de coragem.