Sexta oficina reuniu gestão municipal, sociedade civil e pessoas com experiência de rua para alinhar ações e iniciar coleta de dados na próxima semana

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A Prefeitura de Olinda realizou, nesta segunda-feira (11), a sexta oficina de planejamento do Censo da População em Situação de Rua. O encontro aconteceu na Escola Municipal Brites de Albuquerque, no Bairro Novo, reunindo equipe multidisciplinar, representantes de movimentos sociais, órgãos públicos e integrantes da sociedade civil.

Segundo a secretária executiva de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Rosely Chaves, a iniciativa contará com apoio do Comitê Cristão de Combate à Fome, da Pastoral do Povo da Rua, do Movimento Nacional da População de Rua e da Marinha do Brasil, além da Secretaria Especial da Mulher.

O coordenador do censo, Márcio Oliveira, destacou que o colegiado é fundamental para estruturar a ação e garantir que os dados sejam coletados com qualidade.

“A ideia é prática: criar equipes para ir às ruas, identificar a população e acionar o poder público.”

A secretária especial da Mulher, Inês Tenório, que também é assistente social, ressaltou a importância de compreender o contexto de vida das pessoas em situação de rua antes de qualquer intervenção, lembrando que não se trata de um grupo homogêneo. 

Para ela, esse momento de planejamento é essencial para refletir e compartilhar experiências entre os envolvidos.

Pesquisa vai traçar perfil detalhado da população em situação de rua

A pesquisa, prevista para começar na próxima semana, tem como objetivo fornecer dados detalhados sobre essa população, incluindo informações individuais sobre idade, gênero, raça, tempo de permanência nas ruas, localização, acesso a serviços públicos e outros aspectos relevantes. 

O resultado vai servir para a criação e implementação de políticas públicas nas áreas de assistência social, saúde e educação.

O coordenador nacional do Movimento da População de Rua em Olinda, Robson da Silva, que viveu 12 anos nas ruas, formou-se em T.I. e hoje cursa Direito, alertou que a rua abriga realidades diversas, incluindo mulheres, homens, crianças, idosos, pessoas trans e a comunidade LGBTQIA+.

“As pessoas têm história, podem superar e voltar a ter oportunidades”, afirmou.

Durante o encontro, Cleber Nobre, representante do Comitê de Combate à Fome de Olinda, destacou a importância de diferenciar perfis, desde quem está atualmente nas ruas, até quem já superou essa condição ou recorre à rua esporadicamente para garantir alimentação.

Para todos os participantes, a coleta de dados será essencial para mensurar a dimensão do problema e orientar políticas públicas mais eficazes, capazes de atender às necessidades reais dessa população.

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